segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Material e Acústica

A importância do material correto para uso em construções ou ambientes vai além da decoração. Materiais inadequados podem elevar o nível de ruído em locais, provocando um desconforto acústico. Confira as sugestões que a Anima Acústica apresenta sobre o tema.

Revestimentos inadequados, como o excesso de pisos cerâmicos em uma residência, podem tornar ambientes excessivamente ruidoso, provocando o desconforto acústico. Mas a boa notícia é que, atualmente, existem acabamentos porosos ou fibrosos ideais para a absorção de sons com alto desempenho acústico.

Segundo Vitor Litwinczik, doutor em Vibrações e Acústica, membro da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac) e diretor da Anima Acústica, o arrastar de cadeiras, o excesso de volume da TV, o bater de portas e até mesmo o tom de voz pode se tornar algo muito desagradável no cotidiano. “A absorção sonora é a capacidade que os materiais têm de converter parte do som incidente sobre eles em calor, enquanto a outra parte ou é refletida de volta para o ambiente. Para que isso aconteça, o som deve penetrar no material, por isso que os materiais porosos (espumas) e fibrosos (lãs minerais, tecidos, fibras naturais) possuem melhor desempenho acústico, quando se fala em absorção sonora”, explica.

Para tratar acusticamente um ambiente, não apenas residencial, mas também restaurantes, salas de aula, indústrias e outros, é importante utilizar materiais de revestimentos que auxiliam na boa condição de audibilidade, ou seja, pisos, paredes e tetos, por isso a necessidade de orientação de profissionais especializados no assunto.

De acordo com Vítor, a ideia, quando se pensa em tratamento acústico, é avaliar alguns elementos básicos entre eles: a localização e situação do imóvel; a planta baixa e cortes; a utilização do imóvel; os níveis de ruído aceitáveis estabelecidos por normas; os níveis de ruído do entorno e interno quando em funcionamento; e, por fim, as especificações técnicas dos materiais a serem empregados na sua construção, e alguns detalhes do mobiliário e elementos de decoração.

Fonte:http://animacustica.com.br/home/noticias/42-noticias-anima/200-material-e-acustica

domingo, 22 de agosto de 2010

Vagas de trabalho para arquitetos

A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR) abriram inscrições para concursos públicos.

Na Força Aérea, há duas vagas: uma para São José dos Campos (SP) e outra para Brasília. Os candidatos devem ser formados em arquitetura e ter no máximo 42 anos completos até o dia 31 de dezembro de 2011. O candidato é avaliado através de um exame de escolaridade (gramática e interpretação de texto) e conhecimentos especializados, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica e avaliação do condicionamento físico.

A prova escrita será realizada no dia 21 de novembro nas seguintes cidades:

Belém
Belo Horizonte
Brasília
Boa Vista
Campo Grande
Canoas
Curitiba
Florianópolis
Natal
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo

Após ser aprovado em todas as etapas, o candidato fará um estágio de 13 semanas no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), em Belo Horizonte, com início previsto para 30 de maio de 2011. Após conclusão do treinamento, será nomeado segundo-tenente, sendo designado a servir em Organização Militar da localidade escolhida no ato da inscrição e deverá servir por um período mínimo de dois anos e no máximo 8 anos.

As inscrições devem ser realizadas até 23 de setembro no site da Ciaar. O valor da taxa é de 100 reais.

As vagas oferecidas pelo CREA-PR são para cadastro de reserva nas áreas de Analista Técnico, Agente de Fiscalização II e Assessor Técnico. Para se candidatar, é preciso ter nível superior completo em Arquitetura ou Engenharia Civil. Os inscritos passarão por uma prova objetiva, prevista para o dia 26 de setembro. As inscrições devem ser feitas até 13 de setembro através do site da Fundatec sob pagamento da taxa de R$ 60.

As provas serão realizadas em:

Apucarana
Cascavel
Curitiba
Londrina
Maringá
Pato Branco
Ponta Grossa

Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/destaques/notas/4444-vagas-de-trabalho-para-arquitetos

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mais por menos. Morar Mais 2010

Publicado em 16 de agosto de 2010 por bmiranda

Para quem pretende ficar por dentro das mais novas tendências de decoração de ambientes já tem compromisso marcado. É que a partir do dia 18 de agosto, Belo Horizonte vai ser sede da 4ª edição do Morar Mais. Evento que já é considerado uma das grandes referencias para quem gosta do universo da arquitetura.

Este ano a proposta da mostra é bem diferente. Começando pelo local escolhido para expor os 64 ambientes, de autoria dos 100 decoradores e arquitetos mineiros. As instalações da antiga Maternidade Hilda Brandão. As instalações do hospital lembram verdadeiros palácios com grandes corredores e janelas com a proporção de portas. Sem mencionar a fachada que foi reformada para receber o Morar Mais.

Este ano, o Morar Mais pretende mostrar que não é preciso comprar peças caríssimas para reproduzir determinados ambientes na sua residência. Resto de madeiras e ferragens, caixotes, borracha de pneu e peças de ferro velho. Todos estes materiais podem ser adaptados para determinados ambientes.

A 4ª edição do Morar Mais acontece de 18 de agosto a 3 de outubro, na antiga Maternidade Hilda Brandão, que fica na rua Álvares Maciel, s/ Número, no bairro Santa Efigênia. O horário de funcionamento é de quarta a sexta de 10 às 22 horas, Sábado 13 às 22 e aos domingos das 13 às 20 horas. Vale a pena conferir!

Para mais informações acesse o site do evento www.morarmais.com.br.

Vejam o mapa do evento:



Fonte: http://hojeemdia.net.br/classiblog/?p=131

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

USP busca propostas para revitalizar centros urbanos

O que fazer para revitalizar uma área urbana como o centro de São Paulo, que mesmo possuindo serviços de transporte público, infra-estrutura de comércio, boa localização e diversas opções de lazer tem sido abandonada pela população? É esse dilema que pesquisadores do Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética (Labaut) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP querem solucionar.

Um estudo tem sido produzido por grupo de 35 estudantes, professores e pesquisadores para avaliar métodos capazes de revigorar as regiões centrais das cidades que tem se transformado em exemplo de degradação urbana e abandono.

"Nas maiores cidades do mundo, a área central é a mais cara, mais valorizada, a que todos querem morar. Nós estamos na contramão", disse à USP Online a professora Roberta Mülfarth, integrante do estudo.

A pesquisa teve início em 2008 a partir do convite da London School of Economics (LSE) para participar de um evento com foco no fomento a inovações em urbanismo, o Urban Age. Assim, o grupo decidiu escolher a região da Luz, já que ela era alvo de planos de revitalização da prefeitura, e fizeram um trabalho de desenho urbano, com diminuição de impactos ambientais na região.

"Agora, conseguimos um financiamento da Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e temos cinco anos para detalhar mais o projeto", contou Roberta.

Abandono
A pesquisadora aponta a baixa densidade demográfica da região como uma das maiores evidências da sua degradação. O último censo apontou uma queda de quase 28% no número de residentes no Centro Velho (que compreende os distritos Sé e República) entre os anos de 1980 e 2000, enquanto que o número de moradores na cidade cresceu 23%.

Outro fato chocante é relativo à situação das construções da região. Um estudo, também da FAU, estima que no centro da capital paulista haja cerca de 350 prédios subutilizados e 68 abandonados.

Para os pesquisadores, a solução para o abandono do centro urbano passa pela restauração desses locais. "Eles os prédios têm potencial, não têm problema estrutural, por que não reformar?", questiona a arquiteta, que acredita que com isso é possível fazer com que as pessoas voltem a viver nos centros, com qualidade de vida e gerando menos impactos ambientais.

No estudo, a área da Luz foi analisada e, respeitadas as limitações (como edifícios tombados, por exemplo), são propostas diferentes possibilidades de projeto. Cada uma é examinada segundo critérios como impacto no trânsito, geração de energia, acessibilidade, poluição sonora, qualidade do ar, conforto externo, entre outros.

Segundo os pesquisadores, é possível revitalizar o centro e alcançar benefícios como reverter a degradação de um lugar historicamente importante, evitar o espalhamento da cidade e, consequentemente, reduzir demandas de infra-estrutura de esgoto, transporte e moradia que já estão prontas nas regiões centrais e são subutilizadas.

"Por que cada vez espalhar mais a cidade e criar uma logística absurda, com pessoas morando na periferia e tendo que acordar três horas da amanhã para pegar o ônibus, o metrô?", conclui a docente.

Fonte: Portal Terra com informações da USP.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quase tudo para a Casa Cor Minas 2010

Profissionais trabalham a toque de caixa para mostrar ambientes impecáveis na maior vitrine de decoração e arquitetura do Estado

Contagem regressiva para a realização da Casa Cor Minas Gerais 2010, que será realizada entre os dias 24 de agosto e 05 de outubro, no Edifício ArcellorMittal, na Avenida João Pinheiro, 580, bem próximo à Praça da Liberdade.

Arquitetos, designers de interiores, decoradores e paisagistas já estão a todo vapor finalizando os últimos detalhes dos ambientes e prometem trazer o que há de mais inovador e sofisticado no segmento de móveis, revestimentos, pisos e decoração em geral.

Este ano, o foco principal do evento foi a questão da sustentabilidade, com o uso de materiais naturais e ecologicamente corretos, sob o tema “Sua casa, sua vida, mais sustentável e feliz”.
Confira os ambientes que estarão presentes na Casa Cor Minas, com os respectivos profissionais responsáveis. Inclusive, alguns deles já possuem perspectivas e informações gerais. Se precisar, é só solicitar.


1- Café e Fumoir - Eduardo Begiato e Edwiges Leal

2 - Quarto Adolescente - Fabíola Constantino Ferreira e Rosângela Coelho Brandão

3 - Home da Família - Ana Paula Paolinelli

4 - Quarto da Jovem Design - Danielli Bellini e Luis Gustavo Bellini

5 - Sala de Estudo do Ator - Juliana Cavalcante e Natacha Nascif

6 - Quarto da Princesinha - Izabela Dinelli

7 - Sala de Almoço – Laís Albergaria

8 - Loft do Chef - Márcia Carvalhaes

9 - Bar - Sílvio Todeschi, Bruno Campos e Marcelo Fontes

10 - Restaurante - Mariana Correa

11 - Lobby - Leonardo Diniz

12 - Bilheteria - Flaviane Pereira e Ivia Maia

13 - Banho do Jovem - Sandra Gonçalves e Janaina Bomtempo

14 - Quarto do Jovem Empreendedor - Renata Basques

15 - Living - Vera Campos e Laura Campos

16 - Quarto do Casal - Estela Neto

17 - Quarto dos Netos - Iara Santos

18 - Sala de chá - Marcia Mundim e Melina Mundim

19 - Hall das Lembranças - Valéria Alves da Silva

20 - Foyer - Fred Mafra

21 - Auditório ArcelorMittal - Flávia Badaró / Viviane Veloso

22 – Espaço Globo - Luis Gustavo V. de Almeida e João Lucas Pontes Gomes

23 - Escritório de Segurança - Fátima Couto

24 - Games - Edwiges Cavalieri

25 - Estar do Jovem - Tânia Maria Freitas Santos

26 - Cozinha e Sala para Amigos - Adriana Diniz

27 - Sala de Jantar e Circulação - Patrícia Bomfá

28 - Banheiro Feminino - Fumec

29 - Banheiro Masculino - Fumec

30 - Galeria - Ana Carolina Matos

31 - Escada - Hospital da Baleia

32 - Cozinha Alternativa - Alexandre Rodrigues da Costa

33 - Quarto do Bebê - Jane Cabral e Sônia Melo

34 - Banho do Casal e Closet - Cristina Morethson e Ãngelo Nunes Coelho

35 – Estar Íntimo - Thais Donato e Silvia Martins da Costa

36 - Home Office - Sheila Mundim

37 - Coffee Bar - Luciana Catão

38 - Jardim do Café - Marcio Augusto Ferreira e Marilu Drummond

39 - Lounge do Café - Flavia Zambelli

40 - Sala de Degustação - Cioli Cassius Stancioli

41 - Camarim - Marina Dubal e Wemerson Castro

42 - Sala de TV - Rodrigo Aguiar

43 - Sala de Jantar - Myrna Porcaro

44 - Lounge Gourmet - Christine Boerger e Teia Moretzshon

45 - Quarto da Charlotte - Ana Lúcia Rodarte

46 - Sala de Banho - Dênia Diniz

47 - Estar da Mulher - Christianne Taranto

48 - Home Cinema - Flávia Roscoe

49 - Banheiro Feminino - Fumec

50 - Banheiro Masculino - Fumec

51 - Loft 500 - Pedro Lazaro

52 - Loft 55 - Zilda Santiago e Anamaria Diniz

53 - Lounge - Beatriz Siqueira

54 - Loft do Bon Vivant – Gláucia Britto

55 - Atelier Gastronômico - Junior Piacesi

56 - Jantar íntimo - Nara Cunha

57 - Praça Arcelor Mittal - Carla e Marina Pimentel

58 - Banheiro do Restaurante - Fumec

59 - Loja Casa Cor - Eduardo e Paulo Augusto

60 - Jardim de Fachada – a definir

61 – Estar da Mulher – Christianne Taranto

CASA COR MINAS GERAIS
Local: Avenida João Pinheiro, 580 - antiga sede da ArcelorMittal.
Período: 24 de agosto a 05 de outubro
Horário: De terça a sexta: 14h00 às 22h00
Sábado: 13h00 às 22h00 / Domingo: 12h00 às 19h00

Fonte: http://www.arquitetura.com.br/noticias/noticia.php?idNot=1812

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PL que cria Conselho de Arquitetura e Urbanismo será votado hoje


O Projeto de Lei 4.413/2008, que cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, foi aprovado por unanimidade na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público - CTASP e na Comissão de Finanças e Tributação – CFT. Agora o PL está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, e pautado para ser votado hoje. Se aprovado, o PL passará então pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado e para a sanção presidencial.
IAB-RJ está a frente de uma campanha que solicita aos Arquitetos(as) e Urbanistas que se manifestem atendendo ao apelo do Colégio Brasileiro de Arquitetos e Urbanistas, e se mobilizem em defesa da criação do CAU, solicitando celeridade na aprovação do PL 4.413/2008. Preencha o Manifesto de apoio à aprovação do PL 4413/2008 para comprovar sua participação. Entre no site: http://www.sarj.org.br/manifesto.

Fonte:http://www.portaldoarquiteto.com/destaques/arquitetura/4400-pl-que-cria-conselho-de-arquitetura-e-urbanismo-sera-votado-amanha

CASA COR MINAS GERAIS 2010

Este mês começa uma das maiores mostra de decoração do estado CASA COR 2010. Um evento que vale uma visita, pois mostra projetos de grandes nomes da arquitetura e interiores do estado, que trazem em seus projetos novidades do setor. O evento este ano acontece do entre os dias 24 de Agosto a 05 de Outubro e contará também com o SPECIAL SALE 04 e 05 de Outubro. O local do evento será Av. João Pinheiro, 580 - Bairro Lourdes - Belo Horizonte - MG. Quem estiver em Belo Horizonte entre esses dias não deixe de conferir.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Se atualizar não é preciso, é necessário.

Muitos dizem que o BIM é um divisor de águas, um salto tecnológico. Eles não estão errados, porém, o BIM também é um novo paradigma no modo projectual e construtivo de edificações assim como o CAD fôra um dia. Sair do papel e ir para frente do computador era e é até hoje para alguns arquitetos um verdadeiro tormento, pois segundo eles mesmos esses programas limitam a criatividade e a liberdade na hora de projetar. Será que eles estão errados?

Nas últimas décadas, os computadores começaram a ser utilizados em quase todas as fases do processo projectual em arquitetura, tornando-nos extremamente dependentes dos sistemas CAD. Contudo, a influência do uso desses programas nas fases iniciais do projeto, em especial na arquitetura, ainda é muito pequena. A grande maioria dos arquitetos continua utilizando métodos tradicionais para a geração da forma, partindo em geral de fluxogramas e utilizando o computador simplesmente como suporte, sem aproveitar seu grande potencial para a realização de tarefas repetitivas na geração de alternativas.

Os novos sistemas de CAD paramétricos prometem revolucionar essa fase do trabalho, mas obrigam o arquiteto a se adaptar aos métodos e metáforas escolhidos por seus programadores, limitando de certa forma sua liberdade de criação.

Essa resistência em adotar o “novo” se deve muito às nossas escolas e aos nossos cotidianos, na época de nossos pais, digo nossos pais, pois tenho somente 28 anos. Nesta época tudo era muito presencial e físico, não existiam computadores no cotidiano deles e muito menos MSN, Orkut ou algo do gênero. Videogame então nem pensar. O máximo de botões que conheciam era o de ligar e desligar a televisão e o radio, tudo tinha de ser presencial até mesmo na faculdade onde para se entrar no curso de Arquitetura e Urbanismo era necessário passar pelo teste de aptidão, pois tudo era feito na prancheta, com régua T ou paralela, esquadros e transferidores e tudo desenhado a nanquim . Ter um bom traço e destreza nas mãos era pré-requisito básico, pois se borrasse ou errasse era necessário uma gilete para apagar o erro. Quanto às maquetes, essas sim eram um “show”. Feitas com papel Paraná e madeira balsa, elas não se assemelhavam em nada com as maquetes em 3D com render foto realístico que levam algumas horas para serem feitas. O render era feito com pinceis atômicos com diversos tipos de ponta e até aerógrafos eram utilizados. Para ser um arquiteto era pré-requisito ser um artista. Naquela época também existiam aparatos que hoje muitos estudantes de arquitetura sequer conhecem como normógrafos, transfer, réguas de cálculo, réguas de texto, etc.

Hoje em dia tudo é muito mais fácil. A minha geração que chamo de “Geração 486”, foi criada a base de Windows 3.1 e 95, das quais as brincadeiras favoritas eram jogar no Atari ou Máster System, entre outros. Nós já fazíamos os trabalhos escolares através de “Ctrl+C e Ctrl+V” no Word, fazíamos as apresentações de trabalhos no PowerPoint com a utilização de recursos multimídia, ou seja, nada de cartolina, desenho à mão ou cola e purpurina. A minha geração viu a internet nascer. Ela já se comunicava sem a necessidade da presença física através de teletexto ou ICQ. Nós da “Geração 486” já nascemos envoltos na tecnologia e informação, tornando o processo de adaptação muito mais fácil.

A tecnologia evolui a cada instante e hoje está presente em nossos cotidianos, inclusive nas escolas e universidades, a ponto dos alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo hoje em dia terem aula de CAD - Computer Aided Design ou desenho auxiliado por computador, pelo menos é o que se pretende ser. Porém, é ai que nasce o problema! Muito desses professores que ensinam hoje nas universidades e faculdades, sejam elas públicas ou privadas, também tem certa relutância em se atualizar já que é obrigatória a confecção e idealização dos projetos da mesma forma que se fazia antigamente, com as mesmas técnicas e processos projectuais, sendo que muitas delas não condizem com a realidade do mercado.

Além disso, muitos dos que ensinam outras disciplinas tão importantes quanto CAD nem sequer sabem desenhar nessa ferramenta, muito menos concebem seus projetos nela e ainda degradam a importância dessa matéria para o futuro desses jovens arquitetos. Parece brincadeira, mais não é, pois em decorrência da necessidade do mercado de redução de custos e rapidez na busca de informações, os programas paramétricos são essenciais porque são capazes de reduzir o tempo de concepção e planejamento dos projetos, a quantidade de erros, além de simularem em tempo real e georeferenciado os ventos, cargas térmicas, análise de estruturas e compatibilização de projetos através do sistema BIM, olha ele ai! Building Information Model ou Modelo de Informação da Edificação. Porém, os profissionais da área de educação não atentaram para isso e muitos nem sequer conhecem esses recursos. Além disso, as aulas de CAD deveriam ser literalmente aulas de projeto auxiliado por computador utilizando estas ferramentas para estudar e conceber projetos.

O resultado é a falta de profissionais qualificados no mercado para trabalhar com estes tipos de ferramentas, a falta de escritórios preparados para implantar essas ferramentas e futuramente a perda de mercado para aqueles que não se atualizarem, pois cada vez mais os clientes exigem agilidade na elaboração dos projetos. E agora com a questão da sustentabilidade, especificidade e compatibilização a coisa vai mais além já que estes programas trazem através do sistema BIM e paramétrico um mundo de informações sobre cada elemento que será usado na execução da obra, desde a especificação de uma simples torneira até a quantidade, preço e o tipo de ferro que será utilizado em um pilar com o mapa das ferragens e o cálculo de esforço das vigas sendo visualizada em um mapa térmico. Para se ter uma idéia já está sendo estudada a possibilidade de prever a vida útil de um prédio incluindo a dilatação e a contração das fachadas no decorrer dos anos.

Ao utilizar esses programas podemos resolver diversos problemas através de simulações de carga térmica, ventilação, carga da estrutura, entre outros problemas corriqueiros que só veremos na execução da obra como é de praxe em diversos estados do Brasil. Planejar não é perda de tempo, muito pelo contrário, e isso só é percebido quando começa a doer no bolso.

Depois desse longo parênteses a respeito da dificuldade de adaptação dos profissionais às novas tecnologias que estão surgindo voltemos ao BIM e suas inumeráveis vantagens.

Desmistificando o BIM.

1º Como dito anteriormente, o BIM é um sistema e não um programa.

2º Para usufruir do sistema BIM basta utilizar um programa compatível com ele, geralmente paramétrico.

3º O BIM é parecido com um bloco atributado do AUTOCAD. Nele são colocadas informações de diversas naturezas como peso, preço, dimensões, fornecedores, tipo, descrição, e o que mais for necessário incluindo, é claro, o desenho ou protótipo já que por ser feito em um programa paramétrico ele é um modelo em escala real do objeto. Além disso, essas informações ficam armazenadas no arquivo como um banco de dados e podem ser acessadas e alteradas a qualquer momento. Até ai tudo bem, pois não é novidade. Porém, o sistema BIM universaliza estas informações, ou seja, estas informações podem ser abertas e alteradas em qualquer programa que utilize este sistema sem nenhum problema. Tome como exemplo a compatibilização e orçamento de um projeto. Eles terão como base o projeto arquitetônico que será modelado em um programa paramétrico seja ele REVIT, ARQCHICAD ou BENTLEI. Os projetistas complementares farão seus projetos nos programas específicos, desde que utilizem o sistema BIM. Depois de feito os projetos complementares as informações geradas por eles serão inseridas em um dos softwares descritos acima para a compatibilização com a arquitetura e estrutura. É ai que surge a mágica: todos os projetos são mostrados ao mesmo tempo em 3D e 2D pelo software paramétrico que lhe informou quais são os problemas e as incompatibilidades que ocorreram no projeto. Averiguadas e solucionadas as incompatibilidades, o modelo BIM da obra está feito e a equipe de orçamento e execução estará pronta para orçar e construir o edifício de forma rápida e fácil, pois com estas informações será possível pegar, por exemplo, a metragem linear e quadrada de todas as paredes do pavimento tipo até a cobertura com apenas um clique, além de saber e checar quantos metros cúbicos de concreto será necessário para a execução da laje e o custo dela com todas as DD e DI’s. Será possível também simular a execução e estimar quanto tempo será necessário para sua construção ou ainda planejar e simular como vai se comportar o seu canteiro de obra a ponto de saber quanto tempo uma grua vai ficar em um determinado lugar ou onde o barracão se deslocará ou será desmontado no decorrer da obra.

4º Há vantagens para os arquitetos em utilizar esse sistema? Sim, pois será necessária a utilização de um programa paramétrico como os já citados acima e isso vai fazer com que o seu tempo de concepção dos projetos caia drasticamente desde o estudo até o detalhamento. Nos programas paramétricos é possível a confecção de projetos em grupo, não sendo necessário disponibilizar mais do que uma ou duas pessoas para projetar um prédio com apenas uma torre de pavimento tipo semelhante. Lógico que isso pode variar de acordo com a complexibilidade do projeto, mas os cortes, fachadas e detalhamentos são praticamente automáticos quando o projeto é bem modelado. Quanto ao memorial descritivo e especificações, bom elas já estarão prontas assim como o mapa de esquadrias, pois os modelos de blocos ou famílias já conterão todas as informações necessárias. Além disso, as áreas dos pavimentos poderão ser inseridas nas pranchas automaticamente como outras informações se necessário. E mais: é possível também fazer a simulação do insolejamento e da ventilação desde o estudo até o executivo sem problema algum. É possível também ter as cargas térmicas exatas para serem passadas para os projetistas de ar condicionado, esquadria e sustentabilidade e tudo isso em um só programa. E isso porque não citei nem 5% do que estes softwares podem fazer.

5º Quanto ao custo e ao tempo de implementação? Bom, isso é um problema, pois estes softwares não são muito baratos, variam de 2 a 20 mil reais. Também são necessárias máquinas de peso com processadores de Core 2 Duo para cima com um clock alto. Aconselho de 3 para cima com no mínimo 6 Mb de Cache L3 de 1000 Mhz para cima. Quanto à memória aconselho de 8Gb DDR3 para cima e placa de vídeo de preferência de boa marca, ou seja, NVIDIA ou ASUS de no mínimo 500Mb. Compre máquinas fechadas, ou seja, de marcas de peso como DELL, APPLE, ASUS e ALIENWARE, de preferência serie “Gamers” pois tem as configurações mais robustas. Não poupe na hora de estender a garantia pois, com um investimento destes não se brinca. Quanto à implementação, posso dizer que no começo o ritmo de trabalho será mais lento, pois, os usuários do sistema estarão se adaptando as novas rotinas de trabalho. Será necessária a criação de uma biblioteca de blocos ou famílias além da personalização dos carimbos e símbolos presentes nas plantas. Porém, posteriormente com o uso continuo e a prática, a concepção de seus projetos serão infinitamente mais rápidos do que quando você fazia em CAD e a sua produção com certeza será mais eficiente e menos susceptível a erros, portanto mais produtiva e rentável. Por fim, concluo dizendo que se atualizar não é preciso, é mais do que necessário.

Frank Caramelo
Arquiteto, Designer e Gerente de TI da CARAMELO ARQUITETOS ASSOCIADOS LTDA.

Mais informações nos sites:
caramelo.com.br
frankcaramelo.com.br
twitter.com/frankcaramelo

Qualquer dúvida, crítica ou sugestão envie um e-mail para:
contato@frankcaramelo.com.br

Livros sugeridos para se entender melhor os programas paramétricos o BIM e o Desenho Auxiliado por Computador:
A lógica da Arquitetura, Mitchell, Willian J./UNICAMP
Autodesk Revit Building, Garcia, José/FCA
Explicações, Tutoriais e exemplos do BIM/ AUTODESK, http://vai.la/GJm
BIM para Projetos Sustentáveis/ AUTODESK, http://vai.la/GJk

Sites sobre o assunto:

Blocos e famílias em sistema BIM - http://seek.autodesk.com/
Software Archicad - http://www.graphisoft.com/
Software Revit - http://vai.la/GJE
Software Bentley MicroStation - http://www.bentley.com/pt-BR

Relação arquiteto e cliente

Um jogo de xadrez deveras complicado!

Navegando na internet, fiquei sabendo pelo Wikipédia que na sociedade da Roma Antiga cliente (do latim cliens) era um plebeu associado a um patrono benfeitor (patronus, um predecessor de padrinho, patrão). Atualmente, o cliente tem outro papel. É uma pessoa (física ou jurídica) com acesso a várias opções de produtos ou serviços que participa de todo o processo de produção, desde a sua concepção até o seu consumo, e cuja aceitação do produto ou serviço garante a sobrevivência de quem os fornece. No mesmo site, digitei então "arquiteto" e saiu algo assim: a palavra vem do grego arkhitektôn, que significa "o construtor principal". A partir daí, fiquei divagando sobre a complexa relação cliente-arquiteto e considerei que o tema merecia uma reflexão.

Fiz uma analogia com o jogo de xadrez. As peças estão no tabuleiro. O profissional (no caso, o arquiteto) foi contratado, e a concepção do projeto (do arquiteto ou do cliente?) terá início. E depois acontecerá a execução da obra (muitas vezes, obra da vida do cliente). E as regras? Bem, as regras nem sempre estão tão bem definidas quanto no xadrez.

Em meus anos de trabalho deparei com muitos comportamentos diferentes nesse assunto. Acredito que o cliente deva participar expondo fielmente suas necessidades - expressas muitas vezes de forma subjacente, quando ele relata sua cultura, seu modo de vida, seus sonhos e planos; enquanto o arquiteto, o profissional qualificado e experiente, trabalhará arduamente para atender, surpreender e superar tais expectativas, por meio da correta compreensão do que o cliente pretende de fato. Se agir francamente, com diálogo aberto e próximo, muitos dos possíveis problemas poderão ser resolvidos antes mesmo de ocorrerem.

Empatia é uma das melhores táticas. Rei e rainha, lado a lado, respeitando a função e participação um do outro. Como líder estrategista, o arquiteto deverá fazer com que o jogo aconteça, por meio de movimentos precisamente calculados. E o cliente, participando das decisões e sendo atendido em seus pedidos, inevitavelmente sairá satisfeito. A liberdade de criação e uma linha de trabalho contínua (de um lado) e o compromisso (de outro) são fundamentais para o sucesso do trabalho desenvolvido.

Em minha opinião, o arquiteto tipo torre, que só vê o que está a sua frente, atrás de si ou nas suas laterais, desconsiderando a visão macro do cliente, suas reivindicações e seus sentimentos, perde muito. Perde detalhes. Perde inspiração. Pode perder o cliente. Tal profissional se esquece de que será ele (o cliente) o futuro usuário do espaço. Afinal, os ideais de quem estão ali? Este tipo assemelha-se muito ao arquiteto-bispo, que no xadrez, ao executar seus movimentos, não podendo "pular" sobre nenhuma peça em seu caminho, "tira da jogada" tais impedimentos, desconsiderando os desejos alheios... Este tipo está fora de moda, está "out" como dizem os adolescentes.

Também não posso concordar com o arquiteto-peão, aquele que só dá um passinho de cada vez, sempre temendo o olhar atento (e muitas vezes até amedrontado) de seu cliente. É preciso haver confiança mútua para o desenvolvimento e plena conclusão do projeto e execução da obra! Por analogia, cito aqui também os movimentos do cavalo, que emperra diante de situações não previstas. É preciso muito domínio desse jogo, para, com criatividade, superar todos os obstáculos!

No jogo-obra as adversidades devem se restringir aos prazos de entrega contra o cronograma apertado, as altas da inflação versus orçamento já aprovado, a falta de materiais no mercado, o eventual mau tempo, a doença do colaborador. No tabuleiro da obra, o arquiteto protege o cliente dos ataques externos, coloca-se ao seu lado, com toda a sua equipe, trabalhando arduamente por um mesmo ideal: a proteção do cliente diante das intempéries e sua plena satisfação ao final.

No xadrez, um jogador pode desistir a qualquer momento, o que provoca sua ruína. Em obras não pode haver desistências, pois isso implicaria derrota para todos! Na relação cliente-arquiteto, a partida é ganha quando o profissional entrega as chaves e, nessa hora, recebe um afetuoso aperto de mão e um sorriso feliz!

Por Fábio Rocha - Diplomado pela tradicional Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Fabio Rocha atua desde 1993 em Arquitetura & Interiores. Cursos variados, relacionados às novas técnicas construtivas, materiais de acabamento, luminotécnica, decoração, feng shui, gerenciamento de obras, entre outros, o mantêm integrado às evoluções mercadológicas.

Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/blog/outros/2291-relacao-arquiteto-e-cliente

A Morte do papel




Qualquer professor de projeto sabe que atualmente, ao entrar numa sala de aula pedindo um projeto desenvolvido "a mão", certamente será alvejado com palavras e murmúrios por seus alunos. Até pouco tempo atrás, a resistência era contra os softwares CAD - Computer Aided Design,(Desenho Auxiliado por Computador), os estudantes (ou pelo menos uma grande parte deles) "correm as léguas" de qualquer coisa que pareça um lápis e desenvolveram uma certa aversão à prancheta.

Atualmente, muitos profissionais que não se adaptaram ao "novo estilo de projetar" tentam resistir aos softwares de plataforma CAD. Muitos argumentam que os desenhos em CAD não são bem elaborados ou que o processo criativo é prejudicado, quando se cria no computador. Temos que admitir que um projeto feito "a mão" tem seu diferencial, mas caiu em desuso e praticamente é inaceitável pelo mercado. Já existe uma quantidade muito grande de profissionais que trabalham com maestria no computador, são "cadistas" muito eficientes e podem elaborar um projeto com um nível de detalhamento inimaginável há 25 anos atrás, quando surgiram os primeiros softwares CAD disponíveis no mercado.

Há muito que se agradecer ao desenvolvimento tecnológico na área de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), vide Frank Gehry, Norman Foster, Peter Eisenman, Zaha Hadid, os quais teriam muitos de seus projetos inviabilizados tecnicamente sem o auxílio de supercomputadores e softwares, que vão além do alcance da maioria de nós arquitetos, brasileiros e "normais". Sonhar sempre foi permitido, entre os arquitetos, porem seus delírios muitas vezes eram vetados por questões técnicas e literalmente os papéis e seus croquis tinham de ser amassados e "morriam" na lixeira mais próxima.

Quando acreditamos que estamos começando a dominar os softwares CAD, eis que surgem as ferramentas BIM - Building Information Modeling (Modelagem de Informações de Construção), ainda não muito difundidas no Brasil, que tornam tudo o que conhecemos de CAD obsoleto. Projetar está se tornando "construir virtualmente". Agora o projeto vem agregado de informações gráficas, numéricas e textuais. Projetar e modelar estão se tornando sinônimos.

A concepção de um projeto é individual e instranferivel, deve-se respeitar o universo criativo de cada um, pois somos livres para criar fisicamente ou virtualmente. Como arquiteto recém-formado (Todavia, trabalhando com o mundo digital há algum tempo), deixo um apelo aos professores de nossas universidades: "Não censurem a criatividade de seus alunos; não imponham um método de projeto; estimulem a criatividade de cada um; deixem livre a escolha das ferramentas; não deixem o papel "morrer", mas também não impeçam pixels e vetores de nascerem e tornarem-se em magníficas construções não-abstratas"

Bruno Tupinambá
Arquiteto e Designer estratégico

Fonte: http://www.portaldoarquiteto.com/blog/bruno-tupinamba/1591-a-morte-do-papel